Conheça a porca Leninha, resgatada pelo Santuário Vale da Rainha

Essa porquinha da foto se chama Helena Blavatsky, mas atende pelo apelido de Leninha. Ela mora no Santuário Vale da Rainha, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, onde recebe todo o amor de seus amigos humanos Patrícia e Vitor – mas, infelizmente, nem sempre foi assim.

Leninha chegou ao santuário com dois meses de idade. Pouco tempo de vida, mas o suficiente para viver situações aterrorizantes que ela nunca esquecerá.

Ela nasceu em uma fazenda vizinha ao santuário, onde em épocas festivas cerca de 20 porcos eram mortos por dia, e estava sendo criada exclusivamente pensando no dia de seu abate. Ela escutava gritos diariamente: eram seus amigos sendo mortos. O pavor tomava conta de seu pequeno corpinho, pois toda vez que a porta se abria os animais estremeciam com medo de serem os próximos. Medo de morrer. Medo da facada final errar o coração. Medo de ser jogado para um canto para agonizar até morrer.

Não tinha amor, não tinha brincadeiras, não tinha comida de verdade, não tinha uma caminha limpa e confortável onde ela podia ficar com sua mãe. Só o que esses animais conheciam era crueldade.

O plano do fazendeiro para Leninha era engordá-la o mais rápido possível para ser vendida por um bom preço. Ela seria cruelmente abatida, mas o destino reservou coisas muito melhores para essa porquinha.

Em 2015, para o aniversário de Patrícia, comemorado no dia 22 de dezembro, alguns amigos juntaram um dinheiro para comprar Leninha. O fazendeiro, surpreso com a proposta dessas pessoas, não acreditava que alguém queria comprar a porca para dar a ela liberdade – pensava que em algum momento ela seria morta para servir de alimento. Calculou o valor de sua vida com base em seu peso, como se fosse possível medir o valor de uma vida em pedaços de papel.


Leninha foi para sua nova casa. No início estava preocupada, mas logo que chegou ao santuário pôde ver que os animais lá não tinham semblante de tristeza. Eram animais felizes! Nesse dia, tanto Leninha quanto Patrícia ganharam um presente: a amizade uma da outra.

No começo, Leninha cismava em dormir no pescoço da Patrícia. Quentinho, era possível sentir os batimentos do coração – em sua nova casa havia corações! Mas teve que parar com a mania porque logo começou a crescer e engordar e pesar mais que a humana.

Engordar, no entanto, não era mais uma ameaça. Era só sinal de saúde, de que estava saudável e comendo bem. Descobriu-se, aliás, que Leninha é fã de melancias, quitute que ela adora degustar com Patrícia, deitadas na grama sob o sol.

Leninha também ganhou algo muito caro a todos os animais: liberdade!

Porcos são muito criativos e espontâneos, como cães, e é difícil até imaginar como eles se sentem presos, em locais sujos e escuros, no caso dos que são explorados para consumo humano. Leninha sempre começa seus dias com um banho no riacho do santuário, depois sobe para conviver com os outros animais. Brinca de pega-pega com os cachorros, vira de barriga para cima para ganhar carinho, é super “tagarela” e, corajosa, é uma das únicas que não se intimida com a búfala.


Apesar dela ter sido resgatada, seus amigos, sua mãe e irmãos foram mortos. Leninha é uma porquinha que vive em paz, mesmo que às vezes ainda ouça os urros de seus semelhantes sendo mortos na fazenda vizinha, porque teve uma oportunidade única de viver – e é imensamente grata por isso. Infelizmente, enquanto contamos a história da sua vida, vários outros animais como ela estão sendo cruelmente explorados e abatidos.


Cada um de nós pode fazer a sua parte para mudar o destino desses animais: basta uma pequena mudança em nossa alimentação. Você pode começar já! Baixe aqui nosso Guia Vegetariano Gratuito.

NOTA Mercy For Animals: Comprar animais de fazendas de exploração ou de abatedouros não impacta na demanda ou na quantidade de animais criados e abatidos. Em todo caso, histórias como essa têm o poder de tocar o coração de milhares de pessoas quando acompanhadas de uma boa divulgação e, aí sim, contribuir para que cada vez menos animais sejam explorados e abatidos para consumo.